Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

OLIVEIRA E SILVA

Deste poeta, pouco conseguimos saber. Desconhecemos-lhe  o(s)
prenome(s), assim como outros dados biográficos elementares.
Tudo leva a crer que seja ele o mesmo a que se refere Brito Broca em
A vida literária no Brasil – 1900.  Nessa obra. Oliveira e Silva é declarado jornalista, sendo mencionado várias vezes. Na primeira é relatada a conferência de Afonso Celso, no Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, feita por ocasião da visita do criminologista italiano Enrico Ferri àquela cidade, em novembro de 1908.  A conferência de Afonso Celso era uma reação às conferências do criminologista, que era francamente anticlerical.  Oliveira e Silva, segundo Brito Broca, logo depois, no mesmo recinto, reforçou a réplica às ideias de Ferri. Na segunda, é relatada outra conferência do jornalista, realizada na Associação dos Empregados do Comércio, no Rio de Janeiro, em 1910, dessa vez em relação à ideias de Clemenceau, que visitava o Brasil naquele ano.

 

 

 

 

MAIO DE 1888:  Poesia distribuídas ao povo, no Rio de Janeiro, em comemoração à Lei de 13 de maio de 1888 / Edição, apresentação e notas de José Américo Miranda:        pesquisa realizada por Thais Velloso Cougo Pimentel, Regina Helena Alves da Silva, Luis D. H. Arnauto.  Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 1999.   220 p.  (Coleção Afrânio Peixoto, 45 )
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

        LIBERDADE

     À S.A. a Princesa Imperial Regente

 

Vamos! de pé! Abram alas
À ideia da abolição;
Já não existem senzalas.
Foi outrora a escravidão!

Custou? Que importa isso agora
À terra de Santa Cruz,
Se quando rompe a aurora
Faz-se pra todos a luz!

Santa festa a que redime
A raça dos poleás!
Apoteose sublime
Em que todos são iguais!

Três séc´los de dor;
Mas um momento de glória
Salva um passado de horror!

Vamos! de pé! Abram alas
À ideia da abolição!
Já não existem senzalas,
Foi outrora a escravidão!


      
OS DOIS HERÓIS

 

       Dos tempos através dois vultos altaneiros,
Imensos, colossais, nos fatos brasileiros,

        Irmãos na mesma ideia, apóstolos iguais,
Pilotos do porvir, domando os temporais.

Completam-se hoje quando o povo é outro e a vida
De súbito surgiu na pátria entorpecida.

Lutaram muito e a luta a um deles esmagou
E o sangue do martírio a pátria maculou!

É desse sangue augusto, herança do passado
Com a lágrima do escravo aos poucos fecundado,

Que veio esse outro herói, ardente a pelejar
Batendo a escravidão dos pósteros de Agar.

De um lado a infâmia, o horror, as sombras de epopeia!
E do outro a pátria e o bem, o poema de uma ideia!

Sem tréguas o combate ! o herói venceu então!
Usando uma arma só, o imenso coração!

E assim da liberdade  o santo tirocínio
A Tiradentes fez igual a Patrocínio!

 

 

A TOGA E LIRA: coletânea poética. Abeylard Pereira Gomes ...[
et al.: apresentação por Fernando Pinto.   Rio de Janeiro: Record, 1985.  224 p.                      Ex. doação do livreiro BRITO, Brasília



PAISAGEM



Paisagem azul. O mar se cobriu de veleiros
De uma brancura espetacular,
Faísca tanto, que me doem as pupilas,
Ao sol violento do verão.
Ah! o infinito, deslumbrante mar!
Parece um clarão!


CONVITE À JUVENTUDE

— O pássaro que entraste, ontem, pela janela
E desapareceste, em voo rápido,
Enquanto eu compunha uma canção de amor,
E a noite se mostrava, azul e bela,
que levaste de mim, deixando-a interrompida?
A mais alta porção de uma vida?
Não me queiras sofrendo a longa espera.
Volta com o sopro da primavera,
Antes que os meus cabelos fiquem brancos,
E agite minhas mãos o primeiro tremor,
Para que possa termina-la, transbordante,
Carregada, rica de amor.


POETAS IMPOSSÍVEIS

Ah! os poetas impossíveis!
Terríveis, incríveis, inaudíveis!
Felizmente minoritários,
Tentam abrir itinerários
Novos e desnecessários.
Com uma poesia em miligramas,
Odeiam as palavras e, para sucedê-las,
Apresentam ideogramas
E jogam caramelos às estrelas...

Nada de imagens ou de sentimento,
Apenas sinais ao vento,
O que, na verdade, é triste,
Convenhamos: muito triste.

Tudo o que escreveu não existe
Para eles, que se destrua.
O leitor absorve, aceita
Sua ginástica perfeita.
Imitando pássaros,
Podem se alimentar de milho alpiste.

Convenhamos que é triste, muito triste.


SONETO ONÍRICO

Em sonho, alguém subiu no mais distante
Do espaço e, com assombro, avista aquela
Que, desde a infância, no primeiro instante,
Dante amou, comovendo-se — Tão bela!

Então, sem se conter, à luz radiante,
Grita: Dante adorou-te e te revela
No paraíso, é deusa fascinante!
És a própria Poesia que se estrela!

— Ó Beatriz! Aproxima-te!  Mais perto!
Para eu dizer ao Mundo, que sorria,
Que não há angústia, nem deserto.

Clara, uma voz ressoa, repousada:
— Não entendo... me falas de poesia?
Dante? Dante? Quem é? Não lembro nada...

 

*

 Página ampliada e republicada em junho de 2023
 

 

*     

 

VEJA e LEIA outros poetas do RIO DE JANEIRO em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/rio_de_janeiro.html

 

Página publicada em fevereiro de 2021


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar